As gerações do croché
Por: Marlyne Eva
A arte do croché é
difícil de explicar, assim como a sua origem.
A denominação desta arte das agulhas deriva das palavra francesa
“crochet”, que significa gancho.
Maria José,
nascida e criada na cidade da Covilhã é amante do croché desde muito nova, nunca foi
a sua profissão, mas poderia ter sido.
O gosto pelo
croché apareceu aos 4 anos de idade, quando a sua avó materna lhe ensinou este
lavor. Sempre curiosa pediu à sua avó que lhe ensinasse a fazer croché, e
começou logo por aprender o ponto cordão, como diz “é o mais fácil, é o começo
de todos os trabalhos”. É dos pontos
mais fáceis de aprender, não sendo precisa muita prática para o fazer.
Pormenor de colcha de croché |
No fim de contas,
Maria José constituiu uma família com cinco filhas e um filho. A sua grande
vontade foi que as filhas aprendessem e tivessem o mesmo gosto que ela tem pela
arte do croché, e assim foi. Todas aprenderam a fazer croché, mas nem todas
tomaram essa actividade como um gosto. Paula foi uma das que mais se agarrou a
este lavor, e recorda “desde muito nova que me lembro de admirar a minha avó a
fazer croché”. Sempre achou que trabalhar com a agulha não fosse fácil, mas
nunca desistiu. Continua “quem me ensinou os primeiros pontos foi a minha avó,
porque a minha mãe não tinha tempo”. Mas Paula refere que começou por aprender
outro lavor, o tricô. O ponto liga e o ponto meia foram os primeiros que
aprendeu, pois segundo a sua avó teria de treinar esses para depois conseguir
aprender a fazer croché.
E assim foi,
depois de aprender a manusear as agulhas de tricô, e ao fazer “camisolas de
gola alta para bonecas”, Paula lembra que a mãe percebeu o seu gosto pelo
croché e começou por lhe ensinar os pontos básicos desta arte.
Colcha para o primeiro neto de Maria José |
Em jeito de
curiosidade Maria José ainda conta que já passou cerca de quinhentas horas a
fazer uma colcha de croché para uma das suas filhas. “O meu marido é que foi
contanto as horas que a demorei a fazer”, continua dizendo que essa colcha
pesava seis quilos.
Peças de croché de Maria José |
Peças de croché de Paula
Ao mostrar várias
das peças que guardam com carinho, ou que ainda estão a fazer, Maria José e a
sua filha Paula lembram que hoje em dia já não se faz tanto croché como dantes.
Maria José porque que se sente cansada mais rapidamente e “a vista já não é a
mesma”, para além de que é preciso muita paciência. Paula, por sua vez, diz que
ainda faz alguns trabalhos, mas que só não faz mais porque “a vida não me deixa
muito tempo para o croché, pois são precisas muitas horas para conseguir fazer
um bom trabalho”.
Em relação às netas, Maria José diz que “adorava muito” que elas aprendessem esta arte, contudo, tendo apenas quatro netas, essa realidade começa a ser difícil. Sabe que algumas já foram experimentando fazer algumas coisas básicas desta arte, mas não perde a esperança que alguma delas lhe tome o mesmo gosto que ela própria. Paula diz que iria adorar, e que a seu tempo e quando tiver mais disponibilidade terá “um tempo disponível para ensinar as netas”. Continua dizendo que “gostava, que pelo menos elas se iniciassem nesta arte, pois seria muito interessante”.
Em relação às netas, Maria José diz que “adorava muito” que elas aprendessem esta arte, contudo, tendo apenas quatro netas, essa realidade começa a ser difícil. Sabe que algumas já foram experimentando fazer algumas coisas básicas desta arte, mas não perde a esperança que alguma delas lhe tome o mesmo gosto que ela própria. Paula diz que iria adorar, e que a seu tempo e quando tiver mais disponibilidade terá “um tempo disponível para ensinar as netas”. Continua dizendo que “gostava, que pelo menos elas se iniciassem nesta arte, pois seria muito interessante”.
A vida passa e há
tradições que se mantêm, e Paula gosta de guardar algumas da peças que a sua
mãe lhe foi fazendo, e ela própria confessa que espera deixá-las à sua filha.
A arte do croché
fez sempre parte desta família e o espólio é bastante extenso, como se pode ver
nas seguintes fotografias e vídeos.
É difícil perceber
qual a origem desta arte, mas pensa-se que tenha sido na Arábia. As rotas
comerciais dos países árabes levaram esta arte até ao Tibete e também em
direcção a Espanha, através da rota do Mediterrâneo.
Por outro lado,
também se pensa que tenha tido origem na América do Sul no seio de uma tribo
primitiva que usava adornos de croché em rituais de passagem para a
adolescência.
Outro dos
prováveis locais de origem foi a China, devido a algumas descobertas
arqueológicas, muito parecidas com as peças de croché que conhecemos dos dias
de hoje.
Este tipo de
trabalho começou a ser difundido no século XVI na França, por freiras e professoras
de artes, que ensinavam este tipo de renda. Durante esta época, o croché foi
considerado um passatempo da classe social alta.
Já no século XX,
desde o final dos anos 40 até ao início dos 60
houve um ressurgimento desta arte, passando a ser vista como artesanato.
É já na primeira década do século XXI que o croché renasce e começa a fazer
parte de muitos desfiles de moda internacionais.
Hoje em dia o
croché também já está nas redes sociais, como por exemplo no Facebook. Através
destas páginas juntam-se pessoas que partilham experiências e trabalhos,
assim como muitas imagens dos pontos possíveis desta arte. Estas páginas de Facebook
são alguns dos exemplos que fortalecem a presença do croché actualmente na
sociedade, que apesar de estar tecnologicamente mais avançada, não deixa de
esta interessada na arte de fazer croché.
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